1- Clima
Viver no Canadá é preciso entender que o inverno é rigoroso sim. O Canadá possui um inverno longo e para poder conviver com o frio é preciso se adaptar. Antes de tudo é importante ressaltar que tem pessoas que gostam e outros não gostam tanto assim do frio. Já conheci pessoas que desistiram do Canadá pelo clima, a maioria das pessoas que imigraram gostam e se adaptam fácil. Como se fala por lá, passe o primeiro inverno como teste, se sobreviver ficará muito outros.
Mas como todo lugar do mundo sem suas dificuldades, até mesmo no Brasil existem lugares que chovem de mais, lugares muito quentes e úmidos, lugares com enchentes. Não se pode ter tudo, conviver com o frio é questão de preparo. Um amigo uma vez me disse, “não existe frio, é você que não está preparado para ele”. Realmente no Canadá não tem essa de dizer, vou assim mesmo, acho que essa roupinha dá. Não dá, tem que ter uma boa bota de neve, uma segunda pele de qualidade, luvas, jaquetas boas.
Mas é incrível como o organismo se adapta, aqui no Brasil quando chega perto dos 15 graus todos estão morrendo de frio, usando jaquetas pesadas. No Canadá quando faz 5 graus todos comemoram, consideram calor.
Tem muita gente que quando fala de Canadá apenas lembra do inverno, mas esquece que existe o verão com calor de até 40 graus, com outono e primavera super agradáveis.
2- Distância
Para quem já se mudou e vive lá a algum tempo está mais acostumado, porém quem recém se mudou sofre bastante com saudade da família. Principalmente aquelas pessoas que são mais apegadas, gostam de churrasco de fim de semana na casa da sogra, vive “arragados” com pais, mãe, etc.
Antigamente tudo era mais difícil, agora tudo fica mais fácil com Skype, Whats, etc. Lembro-me de quando fui morar no Canadá, não tinha ainda os smarth phones, a gente precisava comprar um cartão telefônico e digitava um código gigante para poder ligar e conversar com familiares. Nem era tão barato assim, agora basta uma ligação pelo whats que você consegue contar as novidades e mostrar lugares.
Mas tem uma dica que dou para resolver a questão da distância. Quando você já mora no Canadá há bastante tempo, já tem seu visto de residente permanente e tem a liberdade de ir e vir geralmente o imigrante faz o seguinte. Em Janeiro e fevereiro a economia canadense não está a todo vapor por conta do inverno, param a maioria das construções, tem empresas que reduzem seu ritmo, trabalhos externos ficam comprometidos. Neste momento é a oportunidade de você ir visitar seus parentes no Brasil. Passam o réveillon até o carnaval. Conheço brasileiros que possui casa de praia ou campo só para esse período.
Já no mês de julho os brasileiros geralmente pagam uma passagem para os pais, eles ficam até 30 dias no meio do ano no Canadá, assim a cada 6 meses estão perto de quem amam.
3 – Ritmo de trabalho
Este é um tópico que acredito que mais os brasileiros deveriam se preocupar, no Brasil parece tudo mais lento, o brasileiro tem tempo de tomar café da manhã, almoço, café da tarde, etc. Tem algumas cidades no Brasil que naturalmente são mais agitadas e outras não. Porém, na média o ritmo brasileiro parece ser mais lento
Tem brasileiro que chega no Canadá e não aguenta trabalhar as vezes 10 a 12 horas por dia, incluindo fim de semana. Mas dá pra trabalhar menos? Até dá, porém não acredito que o patrão goste de alguém que começa a recusar trabalho a todo tempo.
Realmente o apelo pro consumo é grande e as pessoas acabam por gastar mais e isso significa tempo de vida, mais trabalho para ganhar mais e mais dinheiro.
Tem como trabalhar apenas 6 horas por dia? Até pode, mas nunca vai sobrar muita grana. Sem falar que no Canadá é muito comum os trabalhos part time, trabalhos de apenas 4 horas. Sendo assim você acaba pegando mais que um para poder complementar a rende e esquece que existe uma distância entre um e outro. Você sai de um trabalho, pega um metrô e acaba ficando cerca de 1 a 2 horas para chegar no seu outro part time. Lá se foram umas 10 horas.
Mas não demora muito e você pega o jeito sim, tudo se adapta. E difícil trabalhar bastante mas sair no fim de semana com grana no bolso compensa.
4 – Língua
Tem gente que subestima a língua, escuto muitos falando que tem um inglês intermediário. Geralmente sempre é um level a menos do que brasileiros costumam falar. Se você acha que tem fluência na verdade é intermediário. É bom lembrar que você não nasceu no Canadá, tem expressões locais, gírias e sotaques diferentes. É preciso se preparar. Para viver no Canadá e ter sucesso tem que saber falar inglês ou francês, não tem jeito. Claro que no início você não terá domínio da língua, mas se quiser imigrar terá que ter, então é preciso estudar.
5 – Custo inicial de vida
Nosso real fica pequeno a imensa lista de coisas para comprar no início de vida. Gasta com visto, com malas, roupas, aluguel, alimentação. Tudo pagando em real, até que comece a ganhar em dólar.
É realmente pesado no primeiro ano, costumo dizer que nos primeiros meses só se gasta, depois do primeiro ano começamos a ver a cor do dinheiro, pena que muitos acabam voltando antes de ver isso.
Para imigrar é preciso ter uma reserva de no mínimo 3 meses para esse início de vida, pensar em todas as despesas até que se encaminhe com trabalho.
6 – Amigos
Muita gente reclama no início de vida no Canada da falta de amigos. Não que você não vai fazer muitos e verdadeiros, alias, as amizades que você faz no Canadá são fortíssimas, como fossem laços familiares. Mas muitos no início sofrem porque não estão por perto dos amigos de infância. Imagina, se você vai para um lugar que não tem ninguém conhecido, primeiro você precisa provar que não é gente ruim certo? Como eu sei se você é um estudante bem-intencionado ou é um estelionatário que costuma dar golpes no Brasil. Amizades precisam ser conquistadas.
Tem brasileiros que já vão para o Canadá porque tem parentes, amigos de infância, mas se não tem é preciso ter paciência.
O s horários de trabalhos no Canadá acabam sendo um pouco confusos, conheci pessoas que trabalham em horário comercial, outros até as 15h, outros na construção e trabalhavam 10 horas por dia ainda tinham a distância até a casa, outros na limpeza que trabalhavam só a noite. E no tópico a cima comentei do rítimo de trabalho, realmente é mais forte e a carga horária maior.
Tinha um amigo que sempre falava, “cara se agente esperar para estar descansado para ir para balada, para o bar, nunca saímos” É uma realidade, para manter o relacionamento com os amigos tem que ignorar o frio lá fora, o cansaço do corpo.
7 – Comida
Comida é complicado para alguns, para quem não gosta de experimentar coisas novas, não se arrisca com uma culinária diferente. Para os “papa feijão com arroz” isso fica complicado. Dependendo aonde você vai trabalhar nem sempre tem um restaurante que lhe satisfaça. Existem algumas franquias de comida gregas, mediterrânea e tem alguns temperos parecidos com o nosso, mas para que é resistente fica mais complicado. Comer hambúrguer todo dia enjoa se dúvida, mas calma.
Fazer comida em casa é uma boa pedida para economizar e relembrar nosso sabor. Tem alguns temperos que nada se parece com o que você compra. Lembrando que isso é uma opinião pessoa, para mim a cebola não tem gosto de cebola, nem cheiro, o alho não se parece em nada com o alho, o sal é forte de mais, fácil de errar na medida.
Mas tudo se adapta sim, com o tempo você pega jeito de preparar, até mesmo a intensidade dos fogões de lá para não queimar o arroz.
8 – Trânsito
Tem regras específicas, é preciso ter muito cuidado, com o streetcar, com o ônibus escolar e pessoas na faixa de pedestre. Lembro-me de uma vez que sai de madrugada para trabalhar em pleno inverno de janeiro com uma nevasca de não ver nada na frente. Acredite, do nada um idoso atravessa na faixa de pedestre, quase, foi por pouco. Tem que ter muito cuidado com regras de sinais em semáforos, quando fica amarelo o motorista usa para virar a esquerda, e quando está vermelho aproveitam para virar a direita, isso é permitido.
Não me arriscaria andar sozinho no início sem um motorista experiente ao lado para dar as dicas.
Mas fora isso claro que o trânsito no Canadá é mais organizado do que no Brasil, é preciso tirar a carteira de motorista depois dos 6 meses de permanência. Para quem tem ainda dificuldade com a língua, não faltam autoescolas de portugueses.
